Falei de você pra minha psicóloga

 

Falei de você para a minha psicóloga. Pois é, não tinha como não mencionar, e ainda reservei o melhor momento da sessão para isso: depois que eu já tinha despejado um caminhão de problemas relacionados aos conflitos dos últimos dias. No finalzinho do encontro, faltando ainda alguns minutos para a conversa acabar, mencionei a seu respeito. Não, na verdade fui além... meu relato em realidade foi sobre a gente, essa unidade de medida que já soma você comigo.

Expliquei para terapeuta que, como acontece com muita sapatão, nada disso foi planejado, tampouco programado. Mais ou menos como se eu andasse à toa por aí e de repente te esbarrasse. Ou, sendo fiel à realidade, como se você eventualmente me encontrasse, num momento de pura distração. Porque tinha que ser, fosse por destino, acaso ou mera coincidência, fosse por merecimento, como uma espécie de prêmio de consolação, por bom comportamento, como queira chamar. O fato é que entre milhões de habitantes circulando pelas ruas da cidade, a gente teve a sanha e a façanha de se encontrar. E se isso não é poesia, juro, nada mais é capaz de ter o poder de rimar.

E a verdade é que a gente rima, e se encaixa, e se embala ao som de uma melodia que só nós conseguimos escutar. Na terapia, revelei que no silêncio a nossa canção te faz dançar e vice-versa, e versei, bailando em prosa, só para registrar toda a magia presente no nosso encontro tão inesperado e espetacular. 

 

Essa crônica pode ser ouvida: ouça caribu.


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