Poesia instantânea

A primeira vez que te vi

E senti o seu cheiro, que vinha da sua pele, da sua roupa, do seu cabelo, do chiclete que você mastigava

Inebriada, reparei no aparelho em seus dentes

Na covinha em uma das bochechas

No piercing escondido no septo


Me apaixonei antes disso, mas nesse momento eu confirmei. Personifiquei.

Meu amor sempre foi seu

(eu já era sua mulher antes de te conhecer, sabe disso

E sempre vou ser, é inevitável em histórias de amor)


O futuro me reservava dias incríveis ao seu lado 

Mas naquele primeiro instante eu só queria era saber do seu gosto

Ainda imaginando o seu toque no meu corpo

Sonhando sobre qual seria o som do seu sono à noite, enroscada em mim

Como soaria sua risada reservada para piadas apenas nossas, que só a gente ia rir no fim


Mágicos são os momentos enquanto duram

nesta realidade tão dura e tão efêmera 

Como foram os momentos do dia em que nos beijamos pela primeira vez 

Unindo dois corpos às nossas almas, velhas conhecidas

Selando nossas vidas nesta vida


Eu abriria mão de mim por você

Faria tudo de mais insano que possa imaginar, só para te ter sempre comigo

Do nosso jeito que só você me completava

Da forma que eu tanto gostei de ser quando ainda éramos nós, num laço tão nosso


Mas você teve que morrer

E eu precisei continuar

Fazendo poesia da dor que ficou no seu lugar, ocupando um espaço impreenchível, altamente sensível... 

Sigo ressignificando o injustificável

Aceitando o imperdoável 

Fazendo de minha vida outra vida sobre mim


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