Tchau

 

2020 foi um ano fodido. Tivemos a pandemia (que já deixa de herança para o próximo ano a Covid), enfrentamos perdas variadas e um isolamento que só não nos afastou de nós – e nem teria como, considerando que muitas aproveitaram o ensejo e mergulharam em si mesmas.

Eu mergulhei em mim, e longe de encontrar águas calmas, o que vi foi um turbilhão, um rodamoinho de sentimentos afogados aqui dentro, agitados, diante da inútil tentativa de contê-los. E só por isso quem termina o ano não é mais a mesma quem começou. Não somos mais quem éramos – mas isso é bom, ainda que a mudança tenha sido na base da porrada.

E aí, como ocorre com as pessoas sem caráter que quando morrem viram santas, em algumas horas possivelmente olharemos para 2020 com uma pontada de algo que nem sentimos exatamente, mas que foi gerado pela somatória dos dias que passamos trancafiadas dentro de casa. Vamos romancear os meses todos que ficamos impossibilitadas de sair, de viver normalmente, talvez fazendo uma relação sobre como as tecnologias ajudaram, ou como foi importante o caminho que tomamos até chegarmos em 2020.

Passando ao largo da hipocrisia, vamos ressaltar todos os detalhes que, agora, são detalhes, mas que no decorrer do ano foram fundamentais, essenciais para mantermos a nossa sanidade. O pódio é aqui! E se você está tendo contato com esta crônica, significa que você também venceu.

Mas foi uma batalha, e ainda estamos em guerra. E o grande desafio de avançar é que a complexidade vai aumentando conforme avançamos. Testes difíceis ainda virão, incluindo as consequências do coronavírus – que também segue à lógica de ação e reação. E temos que usar isso como estímulo, não desalento. Longe de mim querer te desanimar!

Então essa é a reflexão que faço hoje, no último dia deste ano caótico, que enfim se finda. Serão exigidas de nós, no futuro breve, competências que começamos a lapidar agora, que já nos transformaram e que ainda vão causar muitos impactos nos nossos dias. Te desejo sorte e coragem para isso! Sorte para enfrentar as situações que fogem do seu controle, e coragem para encará-las de frente, ainda que a contragosto.

Que 2021 tenha a maturidade que merecemos! Que seja um ano mais ameno, mas que igualmente nos tire da zona de conforto e nos enseje a agir – ainda que sem sairmos do lugar. E que a gente possa ter bastante oportunidade de agradecer, porque a gratidão ainda é a boia salva-vidas que tanto procuramos nos dias de tormento.

Por isso, e por fim, agradeço a você que me lê. Agradeço à caribu, que me inspira. E agradeço pela oportunidade de viver mais um ano nesta Terra!

Vamos em frente! Enfrente! Feliz ano novo!


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