Hoje (em poesia)
Revisto-me do meu caráter.
Minha nudez não é nada comparada à intimidade
da minha essência.
À minha volta trago luz gerada pelas minhas atitudes,
e sombra remanescente das minhas vergonhas.
Vejo cores inomináveis misturadas a tons que
não cabem em palavras.
Na verdade, os significados transbordam por aqui.
No céu vejo gráficos nítidos, cíclicos, rítmicos.
Há setas, metas e retas.
Instruções com introduções, precauções e
implicações.
As nuvens são a verdade e o porvir.
Os sentimentos, assim como elefantes,
não cabem em prateleiras.
E etiquetas são demasiadamente pequenas para
rotulá-los.
As palavras têm limite visível a olho nu.
Por isso, nem tudo se explica.
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