Vento (ventania)
Eu acho o mental uma coisa muito
louca. É mais ou menos como tudo à minha volta: uso, mas não sei bem como
funciona. Sua existência, porém, é quase tátil!
Estava eu aqui sentada em meu
posto, costas eretas, ouvindo o som do vento na fresta da janela. Moro numa
cidade que venta demais e, cá entre nós, confesso que às vezes fico imaginando
que um dia o vento vai ser forte o suficiente e, sei lá, vai derrubar o prédio.
Há rumores de que há cupim na estrutura (“rumores” certificados com laudo, mas
todo mundo se faz de sonsa. Ou não tem perigo, vai saber).
O fato é que aqui venta. Muito. E
eu me distraio muito facilmente, então até o som da brisa me faz brisar
e quando vejo é meia hora olhando para a janela semifechada e uma crônica na
cabeça.
Por sorte nunca precisei morar na
rua, mas esse sempre foi um temor presente na minha cabeça (sou perita, entre
outras, em criar cenários péssimos para mim mesma, desde sempre). E nesses dias
mais gelados, como hoje, com o vento mais presente, fico sempre tão feliz de ter
uma janela que impede que o frio entre!
No meu recente devaneio (dois
minutos atrás) mentalizei cores vibrantes preenchendo minha casa, cada
pedacinho, em gratidão por estar aqui (protegida, bem quentinha). Tenho um comando
de “emanar amor” que pratico já há alguns anos, e que quase sinto no meu corpo!
Emano amor nesse instante, por estar em casa, por ter um teto. E isso gera as
cores e tudo brilha nesse momento!
Cada vez mais me sinto associada
a este ambiente, como uma tartaruga.
Esse isolamento está mexendo
comigo!
Clique aqui para acessar o menu completo com todas as histórias.
Ajude esta escritora independente, clique aqui e faça uma doação!
Você não precisa se identificar, se não quiser! 💙