Deleta, apaga

Para onde vão os escritos apagados, os textos descartados, os bilhetes suprimidos? Para onde se encaminham todas as letras, sentenças e orações após a ação do botão do delete, depois que o papel amassa? E para onde se encaminham as emoções contidas naqueles manifestos abortados?

Tantas conversas falidas, afirmações e contrapartidas, tanto recuo depois de tanta investida. 

Tanto não dito pelo não dito.

Seria possível a existência de uma realidade paralela povoada por um abecedário manco e inacabado, onde cartinhas de amor brincam na gangorra com mensagens de despedida?

Deleta, apaga.


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