Um grande dia
Já faz uns dias que vivo um
grande e demorado dia. Que escurece, amanhece, e se mantém. E o tempo parece
que se arrasta, só que nisso já se vão três meses e esse dia nunca que se acaba.
É que nem a música: “quando acho que estou quase chegando, tenho que dobrar
mais uma esquina”. Já atravessei quase um Brasil inteiro.
Para passar o tempo às vezes eu
trabalho, às vezes assisto uma temporada inteira de alguma série em uma sentada,
às vezes faço faxina (essas são quase diárias). Tem dias que jogo videogame,
tem dias que jogo no celular. Gosto muito também de ficar olhando para o nada –
o céu, as nuvens, as árvores lá fora, indiferentes à pandemia. Às vezes só
quero fazer isso.
Às vezes, nem isso quero fazer.
Eu sinto que a vida vai passando e eu fico aqui sentada, é muito estranho. Aí me obrigo a escrever, mas vou falar sobre o que, se tudo parece tão esquisito? Não me arrisco a falar sobre o futuro, tão incerto, ou ao passado, tão intrínseco a cada uma de nós. E o presente... Bom, este é de grego; é um grande e demorado dia. Que escurece, amanhece, e se mantém.
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