O sonho
Naquela manhã, despertou feliz.
Que delícia de sonho!
Há muito tempo não sonhava com
ela – na verdade, há muito que nem sequer pensava nela. E agora ali estava:
saudosa e cheia de tesão.
Desde que se lembrava os sonhos
sempre transmitiam uma intimidade única (talvez até maior do que a real, no
mundo desperto). Mas o fato é que entre as duas sempre houve uma conexão, que
se ofusca nas palavras, que soam rasas, incompletas.
Ainda deitada, tentava se
recordar do sonho. Os detalhes lhe fugiam, e ela tentava prendê-los dentro de
si. E quanto mais corria, mais os perdia.
Lembrava de querer estar com ela.
Grudada, se possível. Deixando-a sentir sua pulsação, sua sede, sua fome, toda
a sua vontade. Se esfregaria nela, se duvidasse. A lamberia de cima a baixo,
degustando-a.
Ou apenas permitiria que seus
braços se roçassem. Ou suas mãos. Qualquer contato seria válido.
Controlou o impulso de lhe mandar uma mensagem. Largou o celular e com a mesma mão desbravou os obstáculos do pijama, da calcinha. Encontrou consigo mesma úmida, quente. Sorriu sem querer antes da primeira carícia.
“Demônia”, ela disse, pouco antes
de gozar.
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