Chuva
Eu me derreto às vezes. Me
escorro, me deixo fluir. Me permito ser contínua, ser torrente. Faz parte da
minha natureza. E nessas horas tudo muda, porque trago a inconstância, acentuo
a escuridão. Eu tenho esse poder; ele brota de mim.
Mas ao mesmo tempo, eu me
imponho. Me forço no grito, nos trovões que de mim emanam. E não me importo se
sou bem-vinda. Se sou aceita. Se você me tolera.
Eu existo – lide com isso.
Comigo, você nunca estará só.
Então junte-se a mim.
Eu sou a chuva. Eu sou a dádiva
que vem do céu. Vim te abençoar.
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