A noitada

Acordei com a cama revirada. Meio zarolha, olhei o relógio na parede. Inicialmente, meia-noite e meia. Ajustando os olhos vi que já eram seis da manhã. Ainda estava escuro lá fora, mas claro aqui dentro: os dois abajures estavam acesos, e a TV só desligou porque está programada a fazer isso depois de um tempo de inatividade.

Tentei refazer os últimos instantes antes de dormir, enquanto me ajeitava na cama e pegava, enfim, meu travesseiro (dormi toda torta em cima de algumas almofadas). A ideia era dormir mais um pouco, mas não rolou.

Lembro de ter pensado em pedir lanche. Como sempre, entrei no ifood (minha diversão noturna na quarentena). Desisti e fiz brigadeiro. E batata frita. Comi na cama.

Tinha sal na cama.

O prato de brigadeiro amanheceu do meu lado. Meu celular se perdeu entre as cobertas, junto com o controle, e estava com 10% de bateria.

Quando comecei a sentir sono, lembro de pensar “ainda é cedo, você aguenta mais um pouco”. Era umas 21h. Mas troquei a série que estava assistindo por uma que já assisti (mil vezes). Se eu falar que é Friends você vai me julgar?

Dormi alguns minutos depois.

Ainda deitada, percebi a evolução das “noitadas” na minha vida. Em algum momento não fui mais trabalhar virada, sem dormir; em algum momento não consegui mais ficar desperta depois de certo horário (tipo nove da noite); em algum momento minha cama ficou vazia e eu não tive pique nem para o vibramor.

Refletindo, decidi levantar. 6h30. Vai que essa foi minha última noitada, né nom.



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